fevereiro 16, 2023

Opinião: Diário de um Fescenino, de Rubem Fonseca

 

Autor: Rubem Fonseca

Editora: Campo das Letras

Ano de Edição: 2003 (1ª edição)

Nº Pág.: 210

ISBN: 978-972-610-712-1-5 

No domingo passado, no canal da Maria João Covas ocorreu um sprint de leitura de 8 horas e, pela primeira vez, também eu participei. Livro escolhido? O que vos trago hoje, sem ter lido sinopse, sem saber o que me esperava. O escritor é brasileiro, filho de portugueses de Trás-os-Montes, pelo que o livro incluía-se também no desafio de Fevereiro da Maria João Covas: ler um escritor brasileiro. No ano passado tinha lido "Estorvo" de Chico Buarque e, este ano, decidi conhecer outro autor.

Em "Diário de um Fescenino" encontramos o diário, que começa a 1 de Janeiro e termina a 31 de Dezembro, do protagonista e narrador Rufus, que vai contando e refletindo sobre as suas peripécias como um Casanova actual. Mas, apesar de libertino, à medida que o vamos conhecendo, fica a sensação de que ele não procura, conscientemente, envolver-se com várias mulheres em simultâneo, apenas não é capaz de amar uma só. 

E com isto, apenas um escritor muito bom, conseguiria que eu sentisse compaixão por um canalha. Sim, a escrita que vos espera é sem pudores, com conteúdo sexual. Mas não esperem um livro apenas sobre as conquistas do protagonista, pelo meio há uma parte mais voltada para o género policial onde, mais uma vez, torci por ele... E ele próprio terá de colocar-se no papel de investigador. Este é um género que parece estar sempre presente nas obras de Rubem Fonseca, trazendo para a escrita as suas vivências como antigo comissário no Rio de Janeiro.

E, cereja no topo do bolo, o protagonista é também escritor. Então vamos acompanhando também o seu processo de escrita, aprendendo mais sobre a influência que uma leitura tem sobre o seu leitor, com imensas referências interessantes, que queremos anotar.

Apesar do conteúdo sexual, que não gosto tanto, achei a história muito engraçada, fez-me rir, refletir, e não há momentos mortos, está sempre a acontecer qualquer coisa surreal. Fiquei com vontade de conhecer mais livros do escritor. Rubem Fonseca foi distinguido com o Prémio Camões em 2003, pelas suas obras.

 

Pontuação: 7/10

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